Começo o post com um fragmento de outra
publicação feita pelo José Minervino que foi postada há um tempo: “Já se foi o
tempo em que dormíamos de portas abertas no verão por conta do calor. Hoje,
compramos condicionadores de ar. E portões enormes. E aumentamos o muro,
colocamos cerca elétrica e cachorro brabo. Não adianta. O jeito é contar com a
sorte. Ou com a esperteza ingênua de dar um trocado ao marginal para mais tarde
ele não levar tudo. É uma realidade estranha, onde quem deveria estar preso é
livre.”
Pois
bem, essa é a realidade de quem vivem em União dos Palmares que é conhecida
como a terra da liberdade, (terra do quê? DA LIBERDADE!) Mas não é isso que a
população acha e sente nos últimos meses, já escrevi um texto sobre segurança
pública aqui, mas acho que não surtiu efeito e como não custa tentar, lá vai
mais um balde de água fria, pois a situação está insustentável.
Nos
últimos sete dias ocorreram sete homicídios e uma onda de assaltos em nossa
cidade e o pior, não vimos nenhuma providência ser tomada, estamos presos em
nossas casas e ficamos a nos perguntar, até quando ficaremos a mercê de
marginais que roubam e matam sem nenhuma preocupação? E essa resposta tem que
ser dada logo, pela polícia, pela secretaria de segurança ou pela prefeitura,
pois do jeito que está é que não pode ficar e se essa resposta não vem, não
podemos ficar parados esperando a próxima vítima. Quantas vidas terão que ser tiradas para podermos ver que isso não pode
mais continuar assim? Não vamos esperar algum familiar nosso, ou algum de nós
mesmos sermos vítimas dessa violência que assola União dos Palmares para
tomarmos alguma atitude, é hora de pensar e agir o quanto antes, chega de
derramamento de sangue, chega de viver com medo de sair de casa.
A repetição gera cansaço e é assim que me sinto, cansado, uma voz
solitária que não está sendo ouvida (acho), mas a repetição gera também uma
coisa chamada rotina e é a essa rotina
que me apego, pois não pretendo parar por aqui, pelo contrário, já que as
autoridades não estão dando conta do recado e não dão nenhuma explicação para
população, não sou eu que vou ficar parado esperando a situação ficar mais
caótica, vamos em busca dos nossos direitos, temos que mostrar essa
insatisfação que não é só minha, mas de todos os palmarinos e quem sabe assim
esses problemas sejam vistos como problemas de verdade e as autoridades
reflitam melhor e procurem uma solução plausível. Abaixo tem um trecho da música O Calibre da
banda Os Paralamas do Sucesso que retrata bem como eu e você está se sentindo
aqui em União dos Palmares.
“Eu vivo sem saber até quando ainda estou
vivo, sem saber o calibre do perigo, eu não sei d'aonde vem o tiro. Por que
caminhos você vai e volta? Aonde você nunca vai? Em que esquinas você nunca
pára? A que horas você nunca sai? Há quanto tempo você sente medo? Quantos
amigos você já perdeu? Entrincheirado, vivendo em segredo e ainda diz que não é
problema seu. E a vida já não é mais vida no caos ninguém é cidadão, as
promessas foram esquecidas, não há estado não há mais nação. Perdido em números
de guerra, rezando por dias de paz, não vê que a sua vida aqui se encerra com
uma nota curta nos jornais...”
Ao ler o fragmento da música, pare
um pouco e reflita sobre o que você pode fazer para sanar esse problema, é
claro que não vamos sair por aí querendo resolver as coisas com as próprias
mãos, pois violência gera violência e é claro que sairíamos mal nessa história,
mas podemos juntos tentar dar um chá de “simancol” aos que deveriam resolver
essa situação.
Igor Euclides Monteiro