Existem vários textos que tratam do tema religião X
ciência, mas a grande maioria relata que uma não acorda com a outra, e também
que uma não existiria sem a outra, que uma de certa forma dá suporte ao
embasamento da seguinte. O que proponho aqui é um ponto de vista um pouco
diferente dos outros, farei uma perspectiva diferente, onde a religião não só
se contrapõe à ciência, bem como ela não deve se basear na teoria da ciência
para conseguir continuar na ativa, pois a ciência não se baseia na religião, a
não ser para provar que algo que foi dito está errado.
A ciência vive em paralelo com a religião, sim, porém pelo
simples fato de querer de uma vez por todas responder a perguntas que até hoje
ninguém conseguiu decifrar. Por outro lado, ela não se baseia em religiões,
nenhuma, ela vive paralelamente, de forma sucinta e coerente, sem querer fazer
comparações nem querer provar que é melhor ou não, simplesmente faz o que seu
nome quer dizer em sua essência (do latim scientia, traduzido por
"conhecimento"), traz conhecimento evidenciado para
evoluirmos, mentalmente e humanamente, sem precisarmos nos apegar a nenhum
escrito disso ou daquilo. Sem
mais delongas, vamos ao que interessa.
Há pelo menos duas formas da religião encarar a ciência,
seriam essas: a fundamentalista, que
diz que o mundo foi criado há cinco mil setecentos e setenta e um anos e que
Deus já criou o ser humano do jeito que é hoje, assoprando uma estátua de
barro, assim criando Adão e tirando uma costela dele criou Eva; a moralista diz que o mundo tem quatro
bilhões e meio de anos, porém que Deus está por trás de tudo, até mesmo da evolução.
Certa vez assisti a um vídeo no Youtube, de um cara chamado
Fábio Marton, que dizia mais ou menos assim: “Os cristãos
moderados têm uma visão sobre a evolução que é bastante popular, mas é também
errada, a evolução sempre nos leva a falar que tal animal é menos evoluído ou
mais evoluído, do menos parecido com o mais parecido com o ser humano, do mais
simples pro mais complexo. Em muitos casos na evolução significa a perda de
complexidade, por exemplo, os urocordados são animais marinhos parentes dos
vertebrados, mas se parecem amenos, eles já foram mais complexos do que são os
de antigamente, eles tinham uma vida livre no mar, eles pareciam com peixe e
hoje eles são como anemaros primitivos. Se você parar pra pensar é um plano
escalafobético esse de Deus de usar a evolução pra criar um animal para que ele
pudesse encarnar e morrer em nome de nossos pecados, se o universo tem quatorze
bilhões de anos, há quatro bilhões e meio de anos surge a Terra, há três
bilhões e oitocentos milhões surge à vida na Terra, há um bilhão de anos surgem
animais multicelulares e há mais ou menos quinhentos e cinquenta milhões de anos,
na explosão do cambriano, surgem animais complexos e ainda assim o maldito ser
humano que estava lá e era o plano de Deus desde o começo só veio surgir a
duzentos mil anos”.
Com essa provocação do Fábio eu tento exprimir uma linha de
pensamento em que os verdadeiros religiosos (que não é o meu caso) deveriam se
basear em outros argumentos, pois se eu deixo brechas numa colocação, essa
brecha serve de auxílio num debate para os ímpios, que, por sua vez, não têm
obrigação nenhuma de provar ou deixar de provar nada, mas, sim, de questionar e
ser questionado quando for necessário.
A religião está se tornando cada vez mais escalafobética,
estranha, afobada, pois tenta acompanhar os avanços e com isso acaba se contradizendo
sobre muitas coisas. Não estou aqui para julgar, mas como um ser crítico sinto
o dever de expor meus pensamentos sobre tal assunto que muito mexe com as
pessoas. Então, fica a dica para os que insistem em continuar com colocações
preconceituosas e que não ouvem outras opiniões: tenham argumentos embasados na
própria religião em que acreditam e vivam em paz, pelo menos consigo mesmos.
Igor Monteiro
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