A alma é divina e a obra é imperfeita. (Fernando Pessoa)
Foto: Franco Maciel |
União
dos Palmares está em obras, parecendo um canteiro enorme. E pergunto: “Vai ter
jogo da Copa do Mundo de 2014 aqui também?” Não?! Mas bem que poderia, não era?
Pra todo lado: buracos, barricadas, máquinas, trabalhadores e fluxo conturbado
de pessoas e automóveis.
“Quebraram
tudo, fizeram esse buraco aqui e deixaram pra lá?”, é o que penso toda vez que
presencio esses cenários. Ou então, “por que não concluem esse troço de uma vez?”.
Não pode ir por aqui, não pode ir por ali, dá-se um longo rodeio até chegar ao
lugar mais próximo de onde se quereria chegar. Putz! #Fail, como se diz no
Twitter.
Deve-se
ressaltar de antemão que são obras necessárias muitas vezes, as públicas
especialmente, para pôr um pouco de ordem nesse caos urbano palmarino. Contudo,
não se pode deixar passar incólumes os responsáveis por tantos transtornos.
Não
bastasse a quantidade de buracos em certas vias da cidade e a total
inexistência de calçamento em outras, a população além de tomar cuidado para
não cair nessas “crateras”, bem como desviar do material de construção de obras
privadas espalhado no passeio público (calçada pra quem não foi à autoescola
ainda), é forçada a se adequar à situação e dividir espaço com condutores de
veículos mal-educados, beligerantes, “iNgnorantes” etc., etc.
Foto: Franco Maciel |
As
desculpas, ou melhor, os clichês persistem. “Ah, a chuva atrapalhou!”, brada o
poder público. “Onde vou colocar a areia?”, berra o comerciante. E eu respondo
solenemente: “Não sei”. Mas tem quem saiba, porque em outros lugares se faz o
mesmo tipo de coisa com menos impacto na rotina da população.
Diante
de tanta intermitência, tanta procrastinação e ingerência o diagnóstico é
simples: “Tá tudo errado (mesmo quando o objetivo é correto)”. E a solução
também não é segredo pra ninguém. O poder público dispõe de receita suficiente
para concluir as obras, do contrário nem as teria iniciado. Contratar
profissionais sérios e competentes, licitar sem sofreguidão e exigir das
empresas vencedoras do processo licitatório o cumprimento dos prazos e um
serviço de qualidade é o mínimo. Para a iniciativa privada, há casos aqui mesmo
de reformas e todo tipo de obras realizadas sem a necessidade de ocupar o
espaço dos pedestres e a criação de insalubridades. Dinheiro sei que também
têm, do contrário, ops, já usei essa frase.
Passou
da hora de União dos Palmares deixar de ser uma cidade grande (comparada a
Branquinha, com todo respeito aos meus conterrâneos) e se tornar uma grande
cidade. Aspas nessa oração, que decerto não é uma acepção minha, mas de todo
aquele que vive nessa terra inculta e bela (com licença, Fernando Pessoa,
novamente) e sabe de suas potencialidades.
Ah,
sim! A respeito do título leiam As intermitências da obra, de José Saramago, a
quem também peço licença.
José Minervino Neto
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Imagens retiradas do blog A Terra da Liberdade, de Franco Maciel.
3 comentários:
ÓTIMO POST! Parabéns ao Minervino e ao Igor. A partir de hoje, sou seguidor do 10Inquietos.
Obrigado, Franco! Saiba que o A Terra da Liberdade foi um dos blog inspiradores do nosso. Abraço!
Parabéns ! Meninos
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